Já faz um bom tempo que havia decidido escrever um
livro que abordasse a Contabilidade de um jeito diferente. Talvez esse desejo
tenha nascido quando comecei a perceber que muita gente tinha dificuldade para entender como a
Contabilidade funciona.
As queixas mais comuns estavam relacionadas ao
significado de alguns termos contábeis básicos, como os de “débitos” e
“créditos”. Para muitos estudantes que
estavam se preparando para concursos públicos não havia lógica alguma em
considerar os “débitos” como algo positivo e os “créditos” como elementos
negativos no contexto contábil.
A saída de muitos professores para questionamentos
dessa natureza era dizer que na Contabilidade as coisas funcionam “ao inverso”
do senso comum. Eu mesmo enquanto estudante (também após a conclusão do Bacharelado) testemunhei
vários depoimentos desse gênero. O problema é que justificativas como essas
davam um verdadeiro “nó” na cabeça dos estudantes. Só serviam para aguçar ainda
mais suas dúvidas, além de oferecer-lhes mais dificuldades de aprendizagem.
Esse estado de coisas levou muitos estudantes a
nutrirem verdadeiros bloqueios no aprendizado da Contabilidade. Alguns até
abandonaram os estudos. Ainda hoje vejo inúmeras pessoas torcendo o nariz todas
as vezes que ouvem falar no Princípio das partidas dobradas. Tudo fruto de
experiências mal-sucedidas no passado.
Por isso decidi escrever este Livro.
Tenho por predileção trabalhar com a base. Arrumar
os conceitos mais elementares na cabeça de quem deseja entender algo. Movido por
essa premissa, comecei por relacionar o que existe de mais elementar no ensino
da Contabilidade. Seus fundamentos. Seus
alicerces. Suas vigas-mestras.
Procurei concentrar minha abordagem em conceitos
que realmente pudessem fazer a diferença na compreensão da mecânica contábil,
tornando o processo de aprendizagem mais eficaz e, sobretudo, mais simples.
Algo que “mastigasse” muito bem as definições sem deixar nenhum rastro de
dúvida.
Foi assim que decidi abordar o significado de
alguns dos mais elementares conceitos adotados pela Contabilidade: bens,
direitos, obrigações, ativo, passivo, patrimônio bruto, patrimônio líquido,
contas, débitos, créditos, saldo devedor, saldo credor, variações patrimoniais,
fatos permutativos, modificativos e mistos, dentre outros.
Para ir direto ao assunto, dividi a Obra em apenas
03 Capítulos. Ao longo deles, procurei responder algumas das dúvidas mais
elementares dos estudantes de Contabilidade:
Ø Por que
o “Ativo” é chamado de “Ativo” e por que razão o “Passivo” é chamado de
“Passivo”? (Capítulo 2).
Ø Em que
consiste o duplo registro no Princípio das partidas dobradas? (Capítulo 2).
Ø Por que
quanto mais devedora for uma entidade empresarial, melhor para ela? (Capítulo
3).
Por razões metodológicas e didáticas, recorri a
conceitos e regras de outras Ciências, pois percebi que tais regras/conceitos
podiam facilitar o aprendizado de pontos-chave da Contabilidade:
Ø A noção
de “Domínio” e “Imagem” - regra também da matemática - para auxiliar na
compreensão da disposição do ativo, passivo exigível e patrimônio líquido no
Balanço Patrimonial (Capítulo 2).
Ø O
conceito de “Fiel Depositário” – próprio da Ciência Jurídica – para explicar
que uma empresa se apresenta como uma grande devedora que, ora deve para seus
fornecedores, ora deve para seus sócios fundadores (Capítulo 2).
Ø A “Lei
da Conservação das Massas” - formulada pelo químico francês Antoine-Laurent Lavoisier em 1785: por meio dela
procurei explicar por que algumas variações patrimoniais alteram o Patrimônio
Líquido e outras não (Capítulo 3).
Ø A regra
matemática do “jogo dos sinais”: para fazer com que o manejo dos débitos e
créditos faça sentido para o iniciante no aprendizado da Contabilidade
(Capítulo 3).
Procurei ainda criar metodologias próprias para
solucionar problemas de aprendizagens relacionados a alguns importantes
compartimentos da Contabilidade:
Ø A
“Teoria da Barra de Gelo” para ressaltar o sentido para a constituição das
depreciações e exaustões (Capítulo 3).
Ø A
“Teoria das Gavetas” para explicar a função e o funcionamento das contas
(Capítulo 3).
Mas acredito que a maior virtude da Obra foi
iniciar a abordagem da Contabilidade de maneira diferente. Comecei introduzindo
alguns conceitos básicos (elemento patrimonial, bens, direitos e obrigações)
recorrendo ao Patrimônio Pessoal (Capítulo 1) e não ao Patrimônio Empresarial -
como normalmente é apresentado nos livros de Contabilidade.
Para tanto, procurei identificar os bens, direitos
e obrigações a partir da sala de estar, da cozinha, da garagem ou do quarto de
dormir das pessoas. Essa metodologia deu muito certo, pois a abordagem partiu
de algo que todo mundo conhece muito bem: A SUA CASA. A ideia foi apresentar o
desconhecido por meio de algo que é familiar a todos nós. A partir de então o aprendizado ficou muito mais
dinâmico, rápido e, sobretudo, eficaz.
Por fim, ressalto que a Obra não tem a pretensão de
ser melhor do que as demais que circulam no mercado. Meu único objetivo ao
elaborá-la foi colocar à disposição da comunidade uma alternativa nova para o
ensino/aprendizagem da Contabilidade.
Dada sua metodologia inovadora eu diria que ela é apenas DIFERENTE das
demais.
No mais, espero que ela possa ajudar você a ganhar
intimidade com o fascinante mundo da mecânica contábil.
Alipio
Reis Firmo Filho
Autor
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